"Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas"A-Antoine de Saint-Exupéry
Exupéry

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Fofoca e a evolução

Óleo sobre tela, Fofoca, 1943.
Site: www.pr.gov.br/viaro/anos40/fofoca.jpg

É gente, a fofoca é poderosa. Me inspirei hoje de colocar esse texto graças ao mural do amigo secreto da Meire. Estou perdendo o futebol (Brasil e Chile) mas vamos lá. Falando de mim, antes de entrar no texto da fofoca, olha, amanhã vou despachar meu curriculo para ser avaliado para poder entrar no doutorado. Rezem por mim! Desta vez vai! Não é possível!


Vamos lá para fofoca, achei interessante o começo e final do texto, mas se quiserem ler todo fiquem a vontade. MArquei em vermelho o que eu achei de mais importante. Mas moral da historia, uma fofoca é mais confiada pelos outros mais do que os fatos, seja para positivo ou para negativo. Vamos ver o texto? Parece ser tirado da New York Times. MAs recebi isso por email através de um grupo de estudo do Yahoo. Boa noite e AVANTE BRASIL no JOGO!


Os fatos não conseguem vencer as fofocas, aparentemente Até agora o cara que escreveu esse texto (John Tierney), era firmemente a favor das fofocas. Ele gostava da teoria de que a fofoca era a razão pela qual se desenvolveu a linguagem. Ele aplaudia os pesquisadores que acreditavam que a fofoca foi o grande salto evolucionário que permitiu que os macacos humanos vivessem pacificamente em grandes grupos, desenvolvessem códigos morais, construíssem civilizações e, eventualmente, vendessem tablóides em supermercados.Mas agora ele se pergunta se não saltamos longe demais. Em um artigo sobre a fofoca, publicado na segunda-feira (8/10), biólogos evolucionistas na Alemanha e na Áustria identificaram uma vulnerabilidade que poderia ser chamada de paradoxo Chico Marx, por razões que ficarão claras quando lerem sobre esse experimento.Os pesquisadores partiram para testar o poder da fofoca, exaltado por teóricos nas últimas décadas. A linguagem, de acordo com o antropólogo Robin Dunbar, evoluiu porque a fofoca é uma versão mais eficiente da interação social essencial para os animais viverem em grupos.

Os macacos e outras criaturas solidificam seus laços sociais limpando e acariciando uns aos outros, mas o tamanho do grupo é limitado porque não há tempo suficiente em um dia para fazer o asseamento de um grande número de animais.A fala permitiu aos humanos que se ligassem com muitas pessoas enquanto continuavam caçando e colhendo. Em vez de gastar horas tirando nós dos cabelos, podiam se unir com conversas amigáveis ("Seu cabelo está tão sem nós hoje!") ou apontando o comportamento dos outros ("Sim, ele devia compartilhar a presa, mas ouvi dizer que ficou com as duas ancas").A fofoca também mostrou às pessoas em quem podiam confiar, e a perspectiva de ter má fama desestimulou-as de agir de maneira egoísta, de forma que grandes grupos puderam cooperar pacificamente. Ao menos, essa era a teoria: a fofoca promoveu a "reciprocidade indireta" que tornou a sociedade humana possível.Para testá-la, os pesquisadores do Instituto Max Planck de Biologia Evolucionista e da Universidade de Viena deram 10 euros para 126 alunos e os fizeram jogar um jogo que os colocavam em um dilema. A cada rodada, os jogadores teriam a chance de dar 1,25 euros a outro. Se concordassem em ceder o dinheiro, os pesquisadores acrescentavam um bônus de 0,75 euros para que a pessoa recebesse 2 euros.Se o primeiro jogador se recusasse a dar o dinheiro, ele economizaria 1,25 euros, mas se os outros descobrissem sua avareza, mais tarde poderiam evitar dar dinheiro a ele. Com a progressão do jogo e os jogadores mudando de parceiro freqüentemente, alternando entre os papéis de doador e recipiente, os jogadores receberam informações sobre as decisões de seus antigos parceiros.Algumas vezes o doador recebia um histórico do que o parceiro havia feito antes, quando no papel de doador. Quanto mais generoso seu parceiro tivesse sido com os outros jogadores, mais provável era que o doador lhe desse algo.Algumas vezes, mostrava-se ao doador uma fofoca sobre o parceiro. Quando era um elogio como "jogador generoso!", o doador tinha maior chance de dar dinheiro. O doador, entretanto, tornava-se mão fechada quando via uma fofoca chamando o parceiro de "miserável terrível".Até agora, tudo bem. Como previsto, a fofoca promoveu reciprocidade indireta.
A pesquisa, publicada na Proceedings of the National Academy of Sciences, mostrou que a maior parte das pessoas fazia fofocas precisas e as usava para o bem comum. O comportamento cooperativo era compensado mesmo quando os próprios doadores não eram diretamente afetados pelo comportamento.Se um jogo de cooperação como esse fosse jogado sem conseqüências para a fama dos jogadores -como foi feito em outros experimentos- a maior parte dos jogadores era avarenta e a cooperação desmoronava. Nesse experimento, eles foram generosos na maior parte do tempo e, em média, terminaram com o dobro de dinheiro que tinham no início do jogo.Aqui vai a notícia desconcertante do experimento: em duas rodadas, cada doador recebeu os fatos e as fofocas. Cada doador recebeu um histórico de como seu parceiro tinha se comportado antes, assim como alguma fofoca -positiva em uma rodada e negativa na outra.O doador foi informado que a pessoa que criou a fofoca não teve informações além das que o próprio doador podia ver por si mesmo. Ainda assim, a fofoca, positiva ou negativa, teve uma grande influência nas decisões dos doadores, e nem importava se a fonte da fofoca tinha uma boa reputação ela mesma. Em média, a cooperação aumentou em cerca de 20% quando a fofoca era boa e caiu cerca de 20% quando era ruim.Talvez você pense que a fofoca teve importância apenas em casos duvidosos -quando o doador recebeu um histórico variado e apreciou a orientação de um terceiro ao fazer sua dura decisão. Mas a fofoca teve um impacto em outras situações também. Mesmo quando um jogador via que seu parceiro tinha um histórico de maldade consistente, ele era influenciado pela fofoca positiva e compensava o parceiro de qualquer forma. Ou não ajudava um parceiro perfeitamente legal, apenas com base na fofoca maliciosa.Esse resultado pode não chocar . Mas pareceu surpreendente para os pesquisadores, de acordo com o principal autor, Ralf D. Sommerfeld, do Instituto Max Planck."Se você sabe que já tem todas as informações sobre alguém", disse ele, "racionalmente você não deveria dar tanta importância ao que o outro diz."Então por que fazemos isso? "Talvez estejamos mais adaptados a ouvir outras informações do que observar as pessoas, porque a maior parte do tempo não somos capazes de observar como os outros estão se comportando. Então talvez acreditemos que perdemos algum fato", sugere. Visite o site do The New York Times

2 comentários:

Anônimo disse...

Ingrid, no mural nao temos fofoca, temos amigos divertindo-se, fofoca é algo mais serio, prejudicial.
bjs

Anônimo disse...

Gente,
Quem disse que fofoca não é cultura, hein?!
Não tinha a menor idéia disso tudo... muito legal!
Ah.. sou a MIrella e estou visitando os blogs que estão participando do amigo secreto da Meiroca :0).
[]s